quarta-feira, 29 de julho de 2009

E Tudo Falha. Será?

por Gil Cardoso, 11ºII



E tudo falha - e todos falham - porque o solo português, o solo moral e solo físico, não permite que nada de nobre ou elevado triunfe. É esta a nossa lusitana mentalidade.

Esta tão comum ideia de que nós portugueses seremos sempre os piores, os últimos, é de facto o nosso pior inimigo. Temos o prazer de escarnecer de nós próprios com os “nomes mais ridículos e com o desdém mais burlesco” citando Eça. Perdemo-nos. Resta-nos apenas morrer rindo dolorosamente de nós próprios. Mas será que este fatalismo é tão forte que nos obriga a desistir, e que corta qualquer acção em prol da nossa prosperidade? Será que este fatalismo é inultrapassável? Ninguém está condenado à partida a não ser que assim o pense, e é importante que não o esqueçamos. Temos de nos insurgir perante esta doente apatia portuguesa. Não precisamos de nos limitar a copiar o que vemos lá fora. Também somos férteis em ideias. Também nós portugueses podemos ser exemplo para outros.

Não devemos deixar que as nossas acções se contagiem por esta inércia devastadora. Substituamos a fatalidade por esperança, a troça de nós próprios por orgulho e a inércia por iniciativa. Só assim deixaremos de ser “ uma jangada de pedra no Atlântico plantada ” e passaremos a ser “um transatlântico fugaz e dinâmico”.
Todos somos culpados do estado ao qual chegámos, e é de nós que tem de partir a solução. Chega de atribuir culpas aos outros. Comecemos à procura duma solução. Somos como terra fértil à espera de ser regada, e a água somos nós. E tudo falha? Só se nós assim quisermos.



Este artigo foi também publicado no blog www.idadeparapensar.blogspot.com

Um comentário:

  1. Artigo sublime!
    Hoje que tanto se fala do orgulho de ser português, penso que o que se precisa é de amor à pátria, a uma terra que é nossa responsabilidade, a uma terra que estará nas nossas mãos dentro de poucos anos. Temos de agir de acordo com a nossa consciência e mudar esta mentalidade derrotista de que o Gil fala. Não está tudo perdido!

    Sim, podemos mudar o Mundo, o nosso mundo: Portugal!

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