quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sal da Língua...poesia


se pensas que és único, estás enganado!
o facto de pensares, tira te esse dom por completo.
o único é o inigualável, o intocável,
o sonho que nunca se tornará realidade.
não penses, sonha, mas...
não tentes pensar que estás a sonhar,
só te estás a enganar.
Vive cada dia como se fosse o primeiro,
e não como se fosse o último,
esse é o derradeiro,
é o sonho mais profundo!

António Daskalos, 12ºIA





deixas-me impressionado quando falas de ti,
ter te a meu lado foi algo que nunca vi.
Gostaria de um dia, impacientemente esperando por ele,
partilhar tudo o que há de bom e de mau,
podendo dizer que era amor de que se tratava.
Não penses na minha pessoa,
olha para o meu guião, e nunca irás encontrar a palavra não.


António Daskalos, 12ºIA





Auto-retrato

Tu, ó Catarina, que no vermelho
E ufano orgulho de seres quem és
Te proclamas de Beauvoir espelho
E não passas somente do que és

“Andando, tropeçará no pedragulho
do passeio da vida e, ao invés
de se levantar, caminhará sem orgulho.”
Sentença esta cair-te-á aos pés?

Quiçá...mas de íris castanho brilhante,
És jovem e grandiosa aspirante
A mais que mera cidadã do mundo

Branca e clara e pura, diante
Papel escreves a vivência palpitante
De seres nova com sonhos de ir profundo.

Catarina Pires, 10ºIV






Ver as horas passar como seres deliquetes
à procura da sua fuga
pelo relógio
que é a obra de arte

Uma fina flor
em tudo semelhante ao bater das horas
sabeis que vai morrer, meu caro,
esmagada por um transeunte
murcha pela chegada do joalheiro...

É só prazer, é só prazer,
nem vestígio da Razão que alastra e apodrece!
O efémero vagar do que se senta no escabelo,
o fumo que corrói por entre os dedos,

a vida no ar derivada
do cantador que doí,

à espera da carruagem da vida
...pois que venha!

….

um minuto pela minha dor:
macula a razão os momentos de prata
E me recordo de versos pessoanos plenos de sentido

….

- Que mais?
á sei...já sei...

- Volta lá ao escabelo

Morella






Dezembro

( para ela )

Podia ir ao encontro de todos, ou
mesmo de ninguém.
Qualquer uma das coisas aconteceria,
desobedecendo ou não à minha vontade.
E sim, fui ao encontro de alguém.
Foi quase evidente.
Pois, normalmente, o primeiro
encontro dos encontros é sempre estranho.
Mas o nosso não foi por completo.
Havia luz por toda a parte,
todas as bocas estavam abertas.
Apenas faltavam as palavras certas,
embora houvesse solução. Aliás, houve.
Mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades,
mudou-se o ser, mudou-se a confiança.
E as palavras também.
O encontro era o mesmo, as
palavras é que já eram outras.
Tinham mais dignidade

Francisca Pacheco Pinto, 10ºIV







Cadavre Exquis

Vem sentar-te ao meu lado, Lídia
Ainda de forma irrisória, Lídia
Esta é a nossa história.
Como um impulso, um recurso,
Um ritmo a pulso
Antecede a minha mão
São tantos os roubos
Não consigo contar com os dedos
Bonitos nessa mão branca, macia
como um sofá de veludo
Vermelho-sangue riscado
Pelas linhas negras
Do alcatrão da entrada.

12ºII e 12ºIB






Esperança


Portugal é o mar

que espera ser olhado

mais uma vez

Portugal é o sol

que espera animar

mais uma vez

Portugal são as pessoas

que esperam que algo seja feito

mais uma vez


Catarina Veiga, 11ºII

(2º prémio do Concurso de Poesia da Semana das Línguas)






Nenhum comentário:

Postar um comentário