terça-feira, 17 de novembro de 2009

Freud, o psicanalista

Por Filipa Barroso, 10ºIV

Nicolau Copérnico, Charles Darwin e Sigmund Freud foram os grandes responsáveis pela modificação da imagem do ser humano acerca de si próprio. O orgulho do homem sofreu três grandes golpes em virtude do trabalho destes três pensadores.
Antes de Copérnico o homem julgava ocupar um lugar central no Universo, acreditando que todos os corpos celestes giravam em torno do planeta por si habitado. Porém, o astrónomo desfez tal ilusão e demonstrou que o planeta Terra éum entre muitos que giram em torno do sol.
    Antes de Charles Darwin o homem julgava pertencer a uma espécie única e distinta da do reino animal. No entanto, o grande biólogo fez ver que o organismo humano não era nada mais do que o produto de um vasto processo evolutivo cujas leis em nada diferem da dos animais.
    Antes de Sigmund Freud o homem acreditava que o que dizia e fazia dependia exclusivamente da sua vontade consciente. O  neurologista vem, no entanto, a revelar a existência de outra parte da mente humana que funciona no mais obscuro segredo e que pode mesmo comandar a vida do homem.
nasceu em 1856 e estudou medicina em Viena, tendo-se especializado em neurologia e vem a contradizer os racionalistas do século XVIII, negando que o homem é um ser meramente racional e afirmando que os impulsos irracionais são igualmente causadores dos pensamentos, sonhos e acções. Estes impulsos irracionais são, muitas vezes, o reflexo de desejos que o homem não se permite ter, ou seja, são a expressão de vontades que o homem tem, mas que se recusa a aceitar. Assim, estas necessidades adquirem outra forma e passam despercebidas, isto é, sem que tenhamos consciência disso o homem deixa transparecer esses desejos. Portanto, quando o homem deseja algo intensamente, e simultaneamente se sente envergonhado por o desejar, “esquece” e reprime esse mesmo desejo. Freud designa este processo de afastamento dos desejos do pensamento consciente (esquecimento) de recalcamento. Este processo dá-se sobretudo com os desejos eróticos ou sexuais e é exactamente este conflito entre o prazer e a culpa que está na base do recalcamento. As vontades recalcadas tendem naturalmente a retornar à consciência, pelo que manter tais anseios no inconsciente requer um elevado esforço e implica gastos de energia. O neurótico é justamente aquele que emprega energia em demasia na tentativa de manter ocultos tais ocultos Em ordem de manter a saúde psíquica torna-se relevante prestar atenção aos indícios provenientes do inconsciente e segundo Freud a porta para o inconsciente é a interpretação dos sonhos.
No limite entre a consciência e a inconsciência haverácensura, que impede a passagem dos sentimentos desagradáveis e conflituosos, permitindo acesso ao restante conteúdo. Comparativamente ao estado de vigília, durante o sono a referida censura não funciona na sua plena ascensão. O seu funcionamento é, no entanto, suficiente para justificar a necessidade de os sonhos serem deformados e camuflados e não óbvios. Citando Freud, “ Os sonhos possuem um aspecto inusitado, não se apresentam sob as formas linguísticas sóbrias das quais o nosso pensamento comummente se serve. Utilizam, pelo contrário, uma linguagem simbólica recorrendo a comparações e metáforas, chegando mesmo a constituir uma forma de linguagem figurativa e poética.”. O sonho imagético é aquilo a que Freud chama de conteúdo manifesto, mas este possui escondido e codificado um sentido mais profundo a que deu o nome de conteúdo latente. Por esta razão torna-se necessário interpretar o sonho e não entender a sua mensagem à letra. É interessante notar a semelhança entre a interpretação da poesia ou da arte e a análise do sonho. Recorrendo a um exemplo: um jovem sonha que a sua prima lhe oferece dois balões. O conteúdo manifesto é exactamente o sonho em si mesmo, enquanto que o conteúdo latente é a expressão do desejo que o jovem sente pela prima, visto que os dois balões simbolizam os seios desta.
Freud explora esta vertente dos sonhos como meio para penetrar no inconsciente, tendo publicado várias obras respeitantes ao assunto, nomeadamente A Interpretação dos Sonho e Sobre os Sonhos. Freud recorria também à terapêutica pela catarse hipnótica, através da qual obteve excelentes resultados e desenvolve ainda a técnica da associação livre como outra forma de detectar recalcamentos. Segundo esta, o paciente deita-se descontraído no divâ e fala sobre quaisquer assuntos que lhe venham à cabeça, sem filtrar nenhuns. Ou seja, independentemente de parecerem ou não relevantes, o paciente revela ao seu analista os seus pensamentos, verbalizando-os a todos sem os seleccionar. Colaborando com o paciente, o psicanalista prossegue à análise dos mesmos.
Os estudos realizados por Sigmund Freud foram pioneiros no que diz respeito ao estudo do inconsciente Humano. A imagem para a qual a comparação da consciência à ponta de um iceberg emersa e da inconsciência ao restante iceberg oculto nas profundezas das águas remete foi totalmente inovadora. As teses Freudianas acerca do inconsciente tiveram repercussões na vida quotidiana, na literatura e na arte. Poetas e pintores sentavam-se perante uma folha em branco e tentavam canalizar as forças inconscientes para o papel, tentado eliminar a censura e fomentar a fluidez das ideias. Este movimento adquiriu o nome de surrealismo e teve como base o trabalho iniciado por Freud.

desejos. Em ordem de manter a saúde psíquica torna-se relevante prestar atenção aos indícios provenientes do inconsciente e segundo Freud a porta para o inconsciente é a interpretação dos sonhos.                         No limite entre a consciência e a inconsciência haverácensura, que impede a passagem dos sentimentos desagradáveis e conflituosos, permitindo acesso ao restante conteúdo. Comparativamente ao estado de vigília, durante o sono a referida censura não funciona na sua plena ascensão. O seu funcionamento é, no entanto, suficiente para justificar a necessidade de os sonhos serem deformados e camuflados e não óbvios. Segundo Freud, “ Os sonhos possuem um aspecto inusitado, não se apresentam sob as formas linguísticas sóbrias das quais o nosso pensamento comummente se serve. Utilizam, pelo contrário, uma linguagem simbólica recorrendo a comparações e metáforas, chegando mesmo a constituir uma forma de linguagem figurativa e poética.”. O sonho imagético é aquilo a que Freud chama de conteúdo manifesto, mas este possui escondido e codificado um sentido mais profundo a que deu o nome de conteúdo latente. Por esta razão torna-se necessário interpretar o sonho e não entender a sua mensagem à letra. É interessante notar a semelhança entre a interpretação da poesia ou da arte e a análise do sonho. Recorrendo a um exemplo: um jovem sonha que a sua prima lhe oferece dois balões. O conteúdo manifesto é exactamente o sonho em si mesmo, enquanto que o conteúdo latente é a expressão do desejo que o jovem sente pela prima, visto que os dois balões simbolizam os seios desta.
explora esta vertente dos sonhos como meio para penetrar no inconsciente, tendo publicado várias obras respeitantes ao assunto, nomeadamente A Interpretação dos Sonho e Sobre os Sonhos. Freud recorria também à terapêutica pela catarse hipnótica, através da qual obteve excelentes resultados e desenvolve ainda a técnica da associação livre como outra forma de detectar recalcamentos. Segundo esta, o paciente deita-se descontraído no divâ e fala sobre quaisquer assuntos que lhe venham à cabeça, sem filtrar nenhuns. Ou seja, independentemente de parecerem ou não relevantes, o paciente revela ao seu analista os seus pensamentos, verbalizando-os a todos sem os seleccionar. Colaborando com o paciente, o psicanalista prossegue à análise dos mesmos.
    Os estudos realizados por Sigmund Freud foram pioneiros no que diz respeito ao estudo do inconsciente Humano. A imagem para a qual a comparação da consciência à ponta de um iceberg emersa e da inconsciência ao restante iceberg oculto nas profundezas das águas remete foi totalmente inovadora. As teses Freudianas acerca do inconsciente tiveram repercussões na vida quotidiana, na literatura e na arte. Poetas e pintores sentavam-se perante uma folha em branco e tentavam canalizar as forças inconscientes para o papel, tentado eliminar a censura e fomentar a fluidez das ideias. Este movimento adquiriu o nome de surrealismo e teve como base o trabalho iniciado por Freud.

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